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Conceitos úteis

  • Foto do escritor: Everton Lagares
    Everton Lagares
  • 6 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

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Não tem sido tarefa fácil trajar a figura de uma avó (para que se classifique o que é ser criado por uma delas), pois qualquer caracterização descuidada pode ser pejorativa! Como decidi, então, iniciar uma série (curta, eu creio) de textos com histórias, receitas, comentários sobre uma vida vivida perto dos avós, creio ser importante estabelecer alguns conceitos antes de começar a divulga-los.


Fique tranquilo, caro leitor excepcional: não se trata apenas de dizer coisas “de vó”, mas pretendo salientar os cuidados que envolvem a família, que pode ser grande, cuidadosa, muito ativa e participativa, além de dedicada a manter as heranças culturais bem vivas entre nós, na atual geração. Sou, portanto, filho de uma mistura: uma mineira se juntou a um paranaense. Minhas raízes estão fixadas na cultura popular, nas tradições mineiras e na convivência com a “roça”.


Os textos podem ficar maçantes para os leitores que buscam informações que vão se encaixar em todos os casos de avós pelo Brasil! Digo isso ao reconhecer que temos muitos exemplos parentais que nada representam a figura daquela “vozinha” (putz, como minha avó materna odeia esse termo hahahahah), daquele “vozinho”, ambos em estado caquético, apenas sendo ajudados, com histórias e receitas para repassar e que são ignorados pelos mais jovens que se sentem tão aptos a seguirem sua atividade que se esquecem que vão envelhecer.


Entre os dizeres que consigo captar do conhecimento muitas vezes repetitivo, vou situar o que deseja acompanhar essa graia. Inclusive, preciso alertar a relação usual de vários termos vindos da roça! Alguns nomes são de uso comum, tais quando (muito provavelmente) eu falar de queijos e suas versões: curado (quando fica ‘secando’ até ficar amarelo), massa (quando pega o leite com o coalho antes de espremer), frescal (tal como se acha na semana que é feito), entre outros. Terá, sem dúvida, também, uma relação de utensílios: taxo de cobre, gamela, prato de esmalte, além de vários outros comuns.

Você sabe o que é uma “chávena” usada nas receitas? Sabe a real diferença entre os ovos “caipira”, de granja e os “industriais”? E o que dizer do polvilho, que pode ser doce e azedo?


Você sabe medir as receitas usando um “prato fundo”, tal como minha avó materna faz? E já usou bicarbonato no lugar de fermento em pó? Quando eu for comentar sobre as “medidas”, o uso da expressão “a mesma” significa que é para usar o mesmo recipiente já citado para colocar a mesma quantidade de outro produto, ok? E qual é a real diferença de biscoito x bolacha? Aqui sempre dizemos que tem biscoito para quase tudo que se produz em casa, mas também tem as bolachinhas (e as bolachas recheadas). Você está pronto para essa confusão?


Espero que você não se assuste com o linguajar comum, com os clássicos praticados pelos avós (sabendo do viés rural) e com as diferenças que podem ser praticados por avós urbanos, avós jovens (sim, tem muito avô/avó com 40 anos – como foi meu caso na década de 90). Aliás, não me proponho a divulgar simples receitas (isso já tem em profusão por ai), nem em ressaltar questões relacionadas à velhice, em si. Até porque, mesmo sendo um desafio enorme conviver com as exigências que lhes são próprias (inclusive somos acostumados a chamar vários deles de ‘sistemáticos’), devemos todos os dias buscar fôlego para manter a tradição e a relação de cuidado com a família. Nesse viés, de registro de herança cultural, me proponho a contar causos. Caso você esteja à vontade, se sente à roda e vamos conversar.

 
 
 

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